A Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e entidades da sociedade civil realizaram na tarde desta quinta-feira (7) um seminário estadual alusivo ao mês do Idoso.
Esse é o primeiro de uma série de eventos alusivos previstos durante o mês de outubro. O intuito é discutir os impactos da pandemia na saúde física e mental causados pelo isolamento das pessoas da terceira idade, além de oferecer oficinas sobre saúde, dicas de exercícios para a longevidade e ensinamentos sobre novas tecnologias para as pessoas com mais de 60 anos.
Os demais eventos, no formato on-line, terão sequencia nos dias 14, 21 e 28 de outubro e podem ser acompanhados pelo YouTube da Escola do Legislativo da Alesc – youtube.com/escoladaalesc. As inscrições são gratuitas no site escola.alesc.sc.gov.br/eventos.
O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso na Assembleia Legislativa é o deputado Sergio Motta (Republicanos). Esse primeiro encontro teve a moderação de Elizabete Fernandes e consistiu em uma mesa-redonda. Foi debatido a qualidade de vida do idoso pós-pandemia, questões do envelhecimento e o recomeço da vida a partir dos 60 anos pós-Covid.
Conforme o deputado Sergio Motta, na pandemia as pessoas tiveram um grande alerta e os idosos foram os mais afetados. Ele destacou que o cuidado, o respeito e o carinho com os idosos seria essencial para um futuro melhor. “Cuidar dos idosos é preservar e valorizar a nossa história e cuidar do nosso futuro.”
Depoimentos
O secretário de Estado do Desenvolvimento Social, Claudinei Marques, entende que os governos deveriam pensar e criar políticas públicas para essa parcela da população que está crescendo. “Em poucos anos teremos mais idosos do que crianças”. Ele informou também que o governo do Estado teria liberado recentemente a construção de um centro de convivência de idosos em Xaxim e Chapecó.
A coordenadora estadual da pessoa idosa, Patrícia Klein, entende que pequenos gestos poderiam mudar histórias e afirma que os idosos deveriam ser mais valorizados. “Após a pandemia é importante reestabelecer vínculos afetivos e familiares. Filho educado é idoso bem cuidado”.
A advogada e integrante da comissão do direito do idoso da OAB/SC, Ariane Angioletti, acredita que haverá inúmeras pessoas com sequelas físicas ou psicológicas após o período de pandemia. Segundo ela, o parlamento deverá ficar atento para que as leis existentes sejam cumpridas e também destinar recursos de emendas parlamentares para o atendimento da pessoa idosa.
De acordo com a professora do departamento de ciências da saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, Núbia Carelli, estudos apontam que o comportamento sedentário teria aumentado durante o período pandêmico. Acrescenta que seria necessário pensar sobre as consequências que essas pessoas vão passar a longo prazo, podendo ser físicas ou psicológicas.
O médico Adriano Luiz Vicente apresentou dados estatísticos apontando que aproximadamente 235 milhões de pessoas teriam sido infectadas pelo Coronavírus no mundo, ocasionando mais de 4 milhões de mortes. Ele ainda explicou as formas de contágio, a evolução de mortes por faixa etária, os sintomas, as consequências e a proteção das vacinas. Afirmou que o pós-Covid seria um grande desafio.
A presidente da Associação Nacional de Gerontologia de Santa Catarina, Simone Machado, evidenciou dados estatísticos relativos ao aumento expressivo de pessoas idosas nas próximas décadas. De acordo com Simone, a morte de idosos teria gerado problemas financeiros e dificuldades na alimentação de filhos e netos. “As consequências psicológicas são imensuráveis neste momento”.
O presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina (Fapesc), Iburici Fernades, disse que a entidade desde o início da pandemia defendeu a vacinação e o isolamento, sendo alvo de muitas críticas. Ele acredita que devem ser melhoradas as políticas públicas para a terceira idade. “Temos um desafio muito grande para com os idosos nas próximas décadas. Aproximadamente 85% dos municípios dependem dos recursos advindos dos idosos, aquecendo a economia”.
Oficinas
Nos demais encontros serão abordadas três áreas de interesse da população idosa.
– 14/10: Oficina da Memória: o participante entende melhor os processos de atenção e de memorização e aprende exercícios para fortalecê-los em situações cotidianas. Com diversas técnicas, haverá um debate com médica neurologista;
– 21/10: Oficina de Longevidade Saudável: o participante aprende sobre a importância do exercício físico com atividades lúdicas e nutrição saudável, seguido de um debate com nutricionista e educadora física;
– 28/10: Oficina de Inclusão Digital: o participante aprende sobre as novas tecnologias que estão à sua disposição para facilitar sua vida. Em parceria com o Sesc, onde será discutido o impacto das tecnologias na vida dos idosos.
Idoso e pandemia
De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, os idosos representam 14,3% da população brasileira. Ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015.