Com o objetivo promover a integração social e a geração de renda a mulheres refugiadas, na Capital, foi criado o projeto "Costurando Mundos". Idealizado por uma estudante de doutorado em antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a iniciativa conta com o apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, que cedeu espaço para que o projeto pudesse ser realizado.
O projeto oportunizou a um grupo de 17 alunas oriundas da Síria, Haiti e Senegal a oportunidade de aprender e trabalhar as técnicas de costura e bordado. Em dois dias de aulas, realizados nos dias 22 e 29 de março, o grupo interagiu e aprendeu uma atividade que futuramente pode proporcionar uma oportunidade de trabalho. Em busca de uma vida nova, as mulheres aproveitaram o projeto para construir novas amizades e, consequentemente, estar incluídas na sociedade sem preconceitos.
À frente da primeira fase do projeto "Costurando Mundos", a responsável pela iniciativa, Janaína Santos, destacou que a ideia surgiu após dois anos de contato permanente com mulheres e homens refugiados. Neste período ela viu a possibilidade de contribuir para o empoderamento das mulheres refugiadas em um país desconhecido. "A ideia é oferecer neste pequeno a chance de interação, com a possibilidade de através do seu próprio trabalho conquistar uma renda para sua família."
Voluntária no projeto, a professora de bordado contemporâneo, Carol Grillo, afirmou que ministrar as aulas é entusiasmante. Segundo ela, além da troca de experiência entre elas, existe a troca de conhecimento com o povo brasileiro. "É gratificante conhecer a história dessas mulheres. Queremos nos conhecer e conhecer a arte manual delas no bordado."
Imigrante refugiada
De acordo com a refugiada Hanan Yassin, de 26 anos, vinda da Síria, a oportunidade mostra um acolhimento. Mesmo com um pouco de insegurança a respeito da proposta, do desconhecido, Hanan revelou que o projeto conquistou as mulheres refugiadas.
Casada e mãe de duas crianças, Hanan explicou que o projeto quebra a rotina de muitas das imigrantes, que na maioria dos dias passam o tempo em casa. "Além das aulas de costura e bordado, nós, mulheres refugiadas, temos aula de português para aprender e aperfeiçoar a língua brasileira. Com essa oportunidade estou mais perto de conquistar meu próprio trabalho." Segundo Hanan, seu marido é designer gráfico, e espera poder trabalhar com ele, bordando o trabalho criado graficamente.