A participação da mulher na política foi assunto de uma mesa-redonda com três deputadas, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (26). Ada de Luca (MDB), Marlene Fengler (PSD) e Paulinha (PDT) falaram sobre a atuação feminina nos espaços de poder, sobre suas experiências pessoais na política e responderam questionamentos dos estudantes que integram a 26ª edição do Parlamento Jovem Catarinense.
Entre os 40 jovens deputados empossados nesta edição do programa Parlamento Jovem, 28 são meninas (70%) e 12 são meninos (30%). Mas na composição atual da Assembleia Legislativa, a proporção é de 5 mulheres (12,5%) para 35 homens (87,5%).
“Esse descompasso, esse desajuste, essa frequência tão masculina, retira da política um pouco mais de amor, de compreensão, de sensibilidade, dessa visão periférica que é uma coisa muito nossa [das mulheres]”, disse a deputada Paulinha. Na opinião dela, o equilíbrio de forças faz muito bem para a sociedade, o que ainda falta no Parlamento estadual, por isso é preciso estimular as mulheres a darem sua contribuição na política. “É que a mulher ainda não está querendo assumir e se ver empoderada no poder público. Assim eu enxergo. É uma decisão que tem que ser muito nossa. É importante que ela saiba que à medida que estiver mais presente aqui, é a vida dos filhos dela que vai melhorar, a sociedade vai ser mais harmoniosa, no meu ponto de vista.”
Marlene Fengler concordou que o universo da política ainda é essencialmente masculino, o que constitui um grande desafio para as mulheres. “É uma questão de equilíbrio de forças. Nós somos a maioria das eleitoras, nós somos a maioria da população brasileira. Não faz sentido que a gente não tenha essa mesma representatividade nos executivos e nos legislativos, tanto municipais, quanto estaduais e federais. É importante a gente ter em todos os setores a participação e o olhar feminino.” Ela citou como grande diferencial das mulheres a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e, com isso, fazer ações que promovam melhorias para toda a sociedade.
A mais experiente entre as deputadas que integraram a mesa-redonda, Ada de Luca (MDB) relatou sua experiência na política, iniciada aos 13 anos, no grêmio estudantil, e incentivou a participação das meninas nos espaços de decisão. “Nós temos que avançar mais. E é nessa faixa etária que a gente começa”, disse. No entanto, Ada ponderou que a juventude, em geral, tende a ser imediatista e que a política exige paciência e perseverança. “O jovem não pode desistir e nem tampouco se acovardar”, recomendou.