Especialistas debatem experiências para a educação na área rural

29 de agosto de 2013

O Seminário Estadual de Educação no Campo, em Chapecó, reuniu nesta quinta-feira (29) especialistas que promoveram uma reflexão sobre a educação e as escolas a partir da experiência dos movimentos sociais no meio rural. Cerca de 300 pessoas assistiram à mesa redonda com a escritora e professora Roseli Caldart (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST), a professora Solange Todero Von Onçay (Universidade Fronteira Sul – UFFS) e o professor Ângelo Antônio Abrantes.

O objetivo do encontro, que acontece de 28 a 30 de agosto, é articular os princípios para uma proposta de educação diferenciada voltada para a realidade campesina. A iniciativa do seminário é da vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia, deputada Luciane Carminatti (PT), com apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.

Reconhecida como uma das maiores especialistas da área no país, Roseli Caldart acredita que existem boas iniciativas do governo prejudicadas pela burocracia e pelos projetos políticos pedagógicos inadequados, voltados para o trabalho nas indústrias e não na agricultura. Ela explica que o fechamento de escolas não é o único motivo do êxodo rural, mas é um fator determinante, pois quando o jovem vai para a cidade estudar raramente retorna. “O abandono do campo se dá pela lógica do trabalho e o fechamento das unidades escolares é um fenômeno articulado”, pondera.

O deputado federal Pedro Uczai (PT), que também é professor, ressalta que “é preciso desenvolver no campo uma identidade diferente da identidade urbana, com valores e cultura próprios”. Já para Daniel Machado, 20 anos, professor no assentamento Araçá, o debate está proporcionando uma nova visão sobre o tema. Ele é morador do município de Abelardo Luz e confessa que mesmo vivenciando esta realidade em seu entorno, o seminário propiciou um entendimento maior sobre o assunto. “É uma experiência transformadora”, conclui.

Durante a tarde, dez grupos de trabalho analisam temas específicos sobre educação no campo como financiamento, projetos políticos pedagógicos, infraestrutura e nuclearização de escolas, entre outros. O encerramento do seminário Estadual acontece sexta-feira (30), às 12 horas, com a divulgação da carta final.