Setor público demorou a capacitar área de projetos para captação de recursos

11 de julho de 2014

O setor público, estado e municípios, demorou a capacitar servidores para elaborar projetos visando captar recursos. “Falta clareza e objetividade nas propostas”, revelou Leandro Costa Schmitz, professor da ESAG/Udesc, que ministrou na tarde desta sexta-feira, na Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, em Florianópolis, a segunda de quatro etapas da oficina de elaboração de projetos para captação de recursos. Essa lacuna na formação dos servidores, segundo Schmitz, faz com que estado e municípios devolvam recursos, além de sobrar dinheiro nos órgãos de fomento por causa da inexistência de projetos aptos a receber recursos.

“No caso do Seitec (Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e Esporte), os analistas das propostas têm dificuldades para determinar o objetivo de muitos projetos”, explicou o professor, enfatizando que “é falsa a impressão de que um bom projeto tem de ser longo e contemplar todos os problemas”. A regra, segundo Schmitz, é a objetividade. “Geralmente quem conhece de execução, quem já executou, tem facilidade para fazer um bom projeto”, garantiu.

Para o major BM Sandro Martins, que trabalha na área de captação e projetos do comando-geral do Corpo de Bombeiros Militar, parcela representativa do orçamento da instituição deriva da captação de recursos. “Esta oficina da Escola do Legislativo vem ao encontro da função que desempenho no Corpo de Bombeiros”, explicou o major, que citou o programa de Redução de Vítimas na BR-101 como exemplo de ação viabilizada através de captação de recursos. “É uma fonte importante de recursos”, declarou.

Já para Luiz Alberto Back, da ONG Grupo Voluntário Vida e Cidadania (GVC), de Fraiburgo, o curso oferecido pela Escola do Legislativo é uma oportunidade de aprimorar a experiência. “O GVC tem mais de dez anos, mas atender as pessoas demanda dinheiro, que é captado através de projeto”, ensinou Back, justificando que a entidade que participa distribui alimentos aos sábados e oferece oficinas de trabalhos manuais às mulheres do bairro São Miguel, em Fraiburgo.

Projeto bom
De acordo com Schmitz, projeto bom é aquele executado com eficiência e que se mostra eficaz na resolução do problema. Para exemplificar, o professor citou os terminais urbanos do Saco dos Limões, Jardim Atlântico e Capoeiras, em Florianópolis. Construídos no fim da década de 1990, foram pouco utilizados e atualmente estão inativos. “O projeto pode ter sido ser bem executado, mas não tem eficácia”, ponderou Schmitz, que sugeriu aos gestores perguntarem pela eficácia. “Deveríamos estar executando este projeto?”, ensinou o pesquisador.